domingo, 29 de janeiro de 2012

El Chalten

Dia 15 (27/01/2012) - El Chalten, a viagem
Bueno, a tardinha, seguimos viagem a El Chalten, onde já tínhamos reservado o Hotel Destino Sur, que provavelmente conste no quadro dos preferidos do grupo. Acontece que o Ricardo soube que a cidade estava lotada, haviam poucas acomodações por ser final de semana e tb por ser um destino dos mais procurados no verão. Em uma agência de El Calafate conseguimos um grande desconto para o grupo, então, reservamos 4 quartos para 2 noites, mas acabaríamos ficando 3. A viagem para El Chalten foi tranquila, toda em asfalto, muitas paisagens lindas, lagos muito azuis.


Chegamos às 20h e fomos muito bem recebidos pela Bárbara, da portaria do hotel, que também nos explicou que havia um "spa" - sauna, jacuzzi, sala de massagens e aparelhos de ginástica, que tínhamos direito a usar por 45 minutos diários. As crianças acharam o máximo e já reservaram para aquela noite mesmo. A camareira do hotel quase não permitiu que eles fossem sem os responsáveis, mas a Bárbara deu uma conversada com ela, lembrando que afinal, as meninas já tinham 16 anos...deu tudo certo, mas acharam a água da jaccuzi mto quente. Enquanto isto, os adultos estavam fazendo compras num dos mercadinhos da cidade, para preparar kits de lanche para o trekking do dia seguinte. Também foi a Bárbara quem deu as boas dicas de trilhas pela região e nos indicou a do dia seguinte, que seria uma das mais lindas caminhadas que fizemos em toda a viagem.

Dia 16 (28/01/2012) - El Chalten





El Chaltén significa "montanha que solta fumaça" e é o nome que os primitivos indígenas deram à montanha mais alta da região, conhecida atualmente como Fitz Roy, em homenagem ao capitão do navio HMS Beagle, durante a famosa viagem de Charles Darwin. O povoado começou a se formar sm 1980, em função dos muitos aventureiros que vinham tentar escalar os cerros da região. Hoje o local é considerado a capital nacional do trekking. Há muitas trilhas lindas para se fazer, as caminhadas são bem orientadas e, apesar de fazer bastante frio, mesmo no verão, há bastante gente que fica em barracas pelas trilhas. Inúmeras também são as opções de pousadas, cabanas, hotéis. O hotel Destino Sur era quentinho com calefação em todos os ambientes, os quartos maravilhosos, coberta de penas, TVs de plasma, internet. O café da manhã foi espetacular, com medialunas, várias geleias de frutas da região (inclusive de rosa mosqueta) e tudo o mais que tinha direito. Às 8h30 já nos esperavam dois táxis que nos levaram até a pousada, a caminho do Lago del Desierto, de onde saía a trilha de volta até a cidade e que passava por bosques, rios, montanhas, vistas para glaciares, acampamentos, lagoas, tudo muuuuuuito lindo.




Foram 18km para quem não subiu no mirador Três Lagos (Débora e Mônica) e 22km para os demais.A trilha tinha trechos de paisagens belíssimas, muita gente jovem cruzando com mochilas e apetrechos de trekking, mas também idosos.

Observações de quem subiu: a subida até a base do Fitz Roy não é tão pesada como a das Torres del Paine. Subimos por uma trilha de pedra, razoavelmente marcada, até o mirador. Um vento absurdo, que as vezes nos derrubava e, de brinde pra gurizada, uma chuva congelada ou neve fraca, sei lá. Do mirador descemos para dar uma volta no lago completamente azul, o que já tá ficando chato de ver, que fica no pé do Fitz e descobrimos ao lado um outro lago tão grande quanto este e uns 200 metros abaixo, É incrível, os dois lagos com as montanhas atrás, que estavam muito cobertas pela nebrina, e a vista para o vale em frente. Ficamos um bom tempo por lá, apreciando as belezas do  ar.








No final da trilha ainda avistamos, fotografamos e ouvimos os famosos e enormes carpinteros negros da região.




Os últimos caminhantes do nosso grupo chegaram às 18h30, felizes por terem visto nevar um pouco quando estavam no mirador, mas exaustos.
Enquanto aguardavam os membros mais corajosos da equipe, no hotel, Mônica e Débora aproveitaram a jacuzzi do spa. Mais uma boa dica da recepcionista do hotel foi o restaurante El Muro, que ficava bem pertinho do hotel, tinha pratos excelentes e, o mais importante a esta altura, aceitava tarjeta de crédito! Neste restaurante comemos um prato típico da região - o cordeiro patagônico, muito bom, acompanhado de "milhojas de papas", também muy ricas... O Bruno comeu truta às finas ervas, que vinha acompanhada de vários legumes feitos na parrilla. Todos ficaram satisfeitos com seus pratos, refris e vinhos.

Dia 17 (29/01/2012)

Dia de descanso e pouca caminhada. Após o cafezão da manhã percebemos que a noite tinha sido de muita neve na redondeza. As montanhas estavam mais branquinhas e fazia bem mais frio na rua: 7 graus pelas 9h da manhã. Fizemos um passeio de carro até a Lagoa do Deserto, que fica a uns 40 km da cidadezinha. Lugares incríveis, riozinhos pequenos azulados e transparentes que acompanhavam a estrada e muitos bosques verdes. Estava chovendo e mto frio, então não pudemos caminhar muito. Encontramos um carro de Canoas, cujo motorista estava com o filho adolescente, pretendiam ir até Ushuaia. A lagoa é bonita, muitas pessoas fazem turismo de pesca esportiva neste local e tb nos riozinhos próximos. É possível atravessar a lagoa de barco e seguir caminhando um trecho ainda até chegar na fronteira com o Chile, em Villa O'Higgins. Após este passeio, as crianças ficaram descançando no hotel com alguns sandubas e pizzas que sobraram do dia anterior, enquanto os adultos foram de carro até o Centro de Informações do Parque Nacional Los Glaciares, na entrada de El Chaltén. O local é grande e muito bem organizado, tem funcionários muito simpáticos, conta a história de vários escaladores, de expedições antigas e mais atuais. A mais cobiçada pelos escaladores, dentre todas as montanhas, é o Cerro Torre, por sua grande dificuldade. Muitos filmes já foram feitos a respeito destas aventuras, um que já assistimos chama-se "No Coração da Montanha", do Werner Herzog. O Centro de Visitantes tem mostra de fotos sobre a flora e fauna regional, com destaques para o veado andino, ou "huemul", que tem risco de extinção, e o puma. Há também uma montagem com exposição de equipamentos de escalada, jogos interativos para as crianças, tudo bem legal.

Para variar um pouco e, já que não estava mais chovendo, resolvemos fazer uma pequena trilha, de uns 30 minutos, que saía do Centro de Visitantes e levava até dois miradores da cidade. Muito lindo, deu para ter uma noção melhor da cadeia de montanhas, da situação da cidadezinha no meio de paredões, do quanto havia nevado na madrugada. O vento era incrível, quase nos arremessava de cima do morro, era preciso caminhar com cuidado. Aliás, este vento foi parceiro inseparável desde que saímos do Torres del Paine e ainda seria por mais vários dias. Descemos do mirador e lanchamos em uma mesa de piquenique ao lado do Centro de Visitantes, com vento mesmo... Antes de voltar para o hotel, uma passadinha em artesanatos e lojinhas 1do povoado. À noite, o programa seria jantar novamente no El Muro. As especialidades pedidas no dia foram truta a roquefort, goulash com spätzel, cordeiro patagônico, tudo novamente " riquíssimo". Deixamos um chocolate de regalo para a Bárbara, que nos atendeu tão bem, e nos despedimos dela à noite.

Dia 18 (30/01/2012) - Saindo de El Chaltén
Ao sair da cidade, finalmente vimos as montanhas com céu azul e sol. Fantástico.

Ainda faltou o Cerro Torre, quem sabe a gente volta pra escalar. Não é porque na semana anterior morreu uma alpinista alemã ali que vamos e michar, né. Já vamos treinando no Morro do Osso em POA.


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