terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Mitad del Mundo e Baños

Dia 27 de janeiro, segunda
No início da manhã o Ricardo foi a uma cia para alugar um carro. Chegando lá, soube que não haviam mais disponíveis os carros intermediários que desejávamos alugar, então, não houve jeito, ficamos com o modelo mais simples: um "Spark" - quero ver subir as montanhas - felizmente couberam todas as malas, mas foi um quebra-cabeças! Alugamos também um GPS. Na cabine de turismo perto do hotel não tinham informações sobre o interior do país, apenas de Quito, recebemos um livrinho com um pequeno mapa e assim, nos tocamos para "La Mitad del Mundo". Antes de sairmos da capital ainda tentamos visitar o museu Guayasamín e a Capilla del Hombre, mas infelizmente estavam fechados (Lonely Planet nos enganando mais uma vez). Como é segunda-feira, vimos muitas crianças e jovens com seus uniformes escolares. A maioria deles bastante tradicionais: calças de tergal (ou lã) azul marinho, camisa branca de gola, gravata e um pulover em gola V, bordado. Para as meninas, sempre saias (algumas vermelhas, xadrezes, plissadas, mas a maioria marinho), meias brancas longas, sapatos pretos e pulover. Alguns usavam abrigos de moletom ou outro material. Foi assim em todo o país, mesmo nos menores vilarejos.
O Parque Equinocial La Mitad del Mundo é um lugar que conta a história das expedições francesas que vieram para o Equador para determinar a forma da Terra (U$3 por pessoa) e acabaram confirmando a hipótese de Newton de que a Terra é achatada nos pólos. Também determinaram a linha que divide a Terra ao meio. Este ponto em que foram realizadas as medições, ficou definido como 0º00'00" de latitude e nele foi construído um enorme monumento indicando os pontos cardeais e muitas placas para se tirar fotos com os dados de 0º00'00''. Além deste marco, existem vários espaços de exposições de fotos, arqueologia, arte, mas o mais interessante é o pavilhão da França, que conta a história das expedições geodésicas e dos principais cientistas que a acompanhavam. Uma das curiosidades é o consequente surgimento do metro como medida padrão, a partir da determinação da distância entre os meridianos. No parque também existem muitos restaurante típicos, parque infantil, artesanatos e um museu etnográfico, que cobra valor extra, não o visitamos. Depois fomos a um outro espaço, que é mais interativo e interessante, na mesma estrada, ao lado do Parque Equinocial. Este, apresenta experiências que envolvem as diferenças entre os hemisférios, como o sentido do redemoinho formado pela água e furacões em cada um deles. O local também conta sobre povos ancestrais do Equador, especialmente da região do Amazonas e dos Andes, seus conhecimentos a respeito do significado da situação geográfica a partir da sua observação do Sol e de outras estrelas. Segundo o guia deste local, "Equador" significa "distâncias iguais". O ingresso neste parque foi de U$ 4 por cabeça. Segundo medidas atuais de um GPS militar, o exato ponto de 0º00'00'' passa por ali. O nosso pequeno Spark não decepcionou, devagar e sempre seguimos até Baños, passando pela "avenida dos vulcões", onde chegamos às 20h. Logo achamos lugar para duas noites no hotel El Marquez, muito bem localizado, aconchegante, limpo e com um bom café da manhã. Baños é um balneário muito antigo de águas termais, oferece inúmeros spas e serviços de massagem, relaxamento e tratamento de pele, inclusive na nossa pousada. A dona do hotel nos indicou as águas termais que ficam na quadra ao lado e se situam ao lado de uma grande cachoeira que podemos avistar da janela do nosso quarto. As piscinas térmicas eram quentes demais! Não conseguimos aguentar muito tempo, mas nos deixaram SUPER relaxados, quase não tivemos forças para jantar.


Dia 28 de janeiro, terça
O Ricardo saiu cedo para procurar informações nas agências de turismo, que oferecem muitos tipo de atividades de aventura. Decidimos fazer um downhill denominado Caminho das Cascatas. Alugamos bicicletas (2 bicicletas por 5 dólares e 2 mais novas por U$10) e, assim como muitos outros jovens turistas, saímos pela estrada em direção a Puyo, que é uma via asfaltada normal onde se sugere que ciclistas compartilhem o caminho com carros, ônibus e caminhões. O trajeto poderia ser mais seguro se oferecesse um acostamento, pelo menos... A maior parte do caminho foi de descidas, mas houve algumas pequenas subidas e locais planos. Passamos por túneis, pontes, uma enorme represa e íamos parando para ver cascatas. Durante o caminho havia vários lugares para se fazer tirolesa. O Artur foi o único corajoso a realizar o que chamam de "puenting", ou seja, atirar-se de uma ponte preso por uma corda que acaba em movimento de pêndulo. Na localidade de Rio Verde, após uns 20 km, caminhamos em uma trilha para ver a impressionante queda d'água no Paillon del Diablo e nos rastejamos por um pequeno túnel até chegar na Grieta del Cielo (vista por trás da volumosa cachoeira). Toda a estrutura é muito boa, oferecendo escadas e miradores, para avistar mais de perto a bela cascata de águas esverdeadas. Após esta jornada nos hidratamos com sucos de amora e limonadas e houve uma separação do grupo. Os meninos queriam mais alguns quilômetros de pedaladas. As meninas pegaram um caminhãozinho, que passa a cada meia hora levando os ciclistas e suas bikes de volta para Baños, pagando 2 dólares cada uma. Mais tarde o Ricardo e o Artur retornaram de ônibus de linha com as bicis, pagando um dólar cada um. Jantamos em um restaurante suíço, a fome era grande, e os pratos estavam ótimos. Passeamos pela rua central vendo os artesanatos e conversamos com um lojista que nos disse que a última erupção do vulcão Tungurahua, que dá nome ao estado e fica bem próximo de Baños, foi em novembro. O maior evento recente foi em 2006, que espalhou muita lava pelas estradas, ocasionando dificuldades para a desobstrução dos caminhos. A cidade, que sobrevive do turismo, sofre bastante com o alarde feito pela imprensa. Depois fomos a um mercado em que vimos diversas frutas e verduras diferentes. Entre elas: tomate de árbol, claudia (parecido com ameixa), babaco (tem formato de um pimentão amarelo gigante) e outras. A Luísa comprou uma caixinha de chá de "hierbaluisa" (capim cidró) para recordação. Subimos até o Café del Cielo, um mirador que fica a uma altura incrível, junto a um hotel e spa, de onde pudemos avistar o vale iluminado pela cidade de Baños.

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