sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Parque Nacional Cotopaxi

Dia 31 de janeiro, sexta
Tentamos telefonar para a pousada de hoje à noite com ajuda da moça do hotel, mas novamente não conseguimos, espero que não seja tão difícil de achar lugar quanto o dia de ontem. Ingressamos no Parque Nacional Cotopaxi pela entrada sul, onde contratamos um guia com uma caminhonete (U$ 60) - ainda bem, pois nosso carrinho não aguentaria a subida. O guia de montanha Tomás era muito bom, nos explicou sobre a geografia, fauna e flora da região e, especialmente do Parque, contando também sobre a atividade sísmica do Cotopaxi e sua última grande erupção, em 1877 que atingiu muitas cidades. Do Cotopaxi, em dia sem neblina, pode-se ver até Quito. Na subida paramos para ver e fotografar a lagoa Limpiopungo, vimos os touros e cavalos selvagens do parque. Ao atingirmos os 4500 msnm, no estacionamento de acesso ao topo, já não havia qualquer planta ou animal, apenas um solo arenoso preto, formado pela lava do vulcão e pedras. A Débora preferiu ficar no carro, já que o paradouro da montanha estava fechado para reformas, e os demais seguiram com o guia, em uma escalada para atingir a parte nevada do lindo e enorme Cotopaxi. O dia foi perfeito, estava ensolarado, céu azul na maior parte do tempo, mas rapidamente vinham nuvens que cobriam partes da montanha e logo se abriam, levadas pelo vento que era muito forte. A sensação térmica era muito baixa. Os três corajosos sentiram falta de luvas e balaclavas para proteger o rosto do vento gélido. A subida não foi tão longa, porém muito íngreme e, devido à altitude, asfixiante. Subiram 500 metros verticais até chegarem na geleira, a 5.000m de altitude. O guia Tomás foi muito afetivo e entusiasmado, se oferecendo para tirar fotos e abraçando a cada conquista. A falta de ar foi o único problema na subida, que durou 1h20min e a descida apenas 20min. Depois desta aventura, voltamos à entrada do parque parando para que o Ricardo tirasse fotos do belíssimo ambiente - há espaço para camping e também pousada dentro do parque. O guia Tomás costuma levar pessoas até o topo da montanha, mas neste caso, saem à meia noite e chegam ao objetivo às 5h da manhã, para caminharem sobre o gelo mais compacto, evitando escorregões e o consequente perigo. Tomás elogiou bastante o governo do presidente Rafael Correa, dizendo que dá boas condições para trabalharem, investiu muito em estradas bem feitas (realmente são excelentes por todos os lugares que fomos, o que também promove o turismo), levou escolas a todos os vilarejos, tornando obrigatório o ensino bilíngue espanhol/quíchua, para que os indígenas resgatem, ou conservem seu idioma. Pegamos a rodovia panamericana rumo ao norte e durante boa parte do percurso, mesmo além de Quito, podíamos contemplar o enorme Cotopaxi e o seu pico nevado. A região ao norte de Quito é famosa pela produção de flores para exportação, especialmente rosas. Uma grande parte delas é vendida para os Estados Unidos. Apesar do grande retorno financeiro, a região tem sofrido um impacto ambiental em função dos pesticidas e da falta de equipamentos de proteção apropriados para os trabalhadores.


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