quarta-feira, 24 de julho de 2013

Lençóis

Dia 22 de julho de 2013, segunda-feira
Mais alguns quilômetros de asfalto e entramos na cidade de Lençóis. Bem turística, com seu centro histórico colorido e com o rio ao lado de prédios em fachadas arqueadas. Não havia muito movimento e com a ajuda do GPS logo chegamos à Pousada Lua de Cristal, que funciona num casarão antigo reformado. O Claudinei, da pousada, nos deu algumas dicas de orientação pelo centrinho, mas era tudo muito fácil,  já que a pousada é na rua ao lado da maior concentração noturna de bares, restaurantes, lojinhas e mercados. Jantamos comida regional no restaurante Quilombola - muqueca de apanhari (excelente), escondidinho, etc. Os restaurantes colocam mesinhas nas ruas, que são todas pequenas ladeiras, com calçamento antigo, de pedras irregulares. O ambiente fica bem interessante, muitas línguas diferentes faladas na noite lençoense...Passeamos pelas ruas vizinhas, vimos algumas lojinhas. O artesanato local poderia ser mais fortemente representado - as poucas lojas que vimos vendiam pedras preciosas, produtos em palha e nada muito além disto. Pela internet ficamos sabendo que na serra gaúcha e catarinense havia ocorrido a maior nevasca da última década...e nós tomando banhos de cachoeira gelada - o Brasil é isto aí mesmo!




Dia 23 de julho de 2013, terça- feira
Este último dia foi mais light em termos de caminhadas, mesmo assim, fizemos uma trilha, desde a pousada até a cachoeira de Ribeirão do Meio. Vimos saguis e pássaros diferentes na caminhada, que depois de uns 15 minutos pelos arredores da cidade já entra por uma mata. Em torno de 1 hora depois estávamos numa das atrações mais divertidas da viagem, pois a cachoeira é uma grande extensão de rocha inclinada e em vários pontos bem lisa, formando um grande escorregador, onde crianças e adultos brincavam à vontade. A água estava convidativa ao banho. Na semana anterior aconteceu neste local uma das etapas do festival Rock na Chapada, que envolvia escaladas e, especificamente nesta cachoeira, surf na pedra. Isto mesmo - surf de pé, sem prancha ou chinelo, na cachoeira Ribeirão do Meio. Vimos filmes postados no you tube (bem legais) e falamos com um dos juízes, que foi um vendedor de bebidas que fica sentado no local durante a semana ao lado do seu isopor. Ele nos disse que quem ganhou foi um rapaz que mora em Lençóis mesmo e treina quase diariamente. Retornamos pela trilha e paramos numa barraquinha feita de bambus para tomar uma água, comer umas frutas - inclusive mucugê, conhecendo mais este sabor da terra.

Ao chegarmos de volta na pousada, descansamos, pois o calorão não animava a ficar na rua. Mais tarde fomos procurar as obras do artista Stephan Doitschinoff, o Calma, artista plástico paulistano que já expôs inclusive no Tate Modern em Londres e deixou murais pintados pelas ruas de Lençóis. Na wikipedia diz que "é um artista cujas obras são influenciadas por elementos religiosos e aspectos urbanos. De intenso caráter semiótico, a obra de Doitschinoff atribui novos significados a símbolos religiosos e cria diálogos entre representações litúrgicas do passado e sistemas de poder que operam no mundo contemporâneo, como o marketing e a política". O mais interessante é que quase ninguém conhecia, nas informações turísticas de Lençóis chegaram a nos garantir que deveria ser em Mucugê. Bem, vendo no guia Quatro Rodas, que foi através do qual conhecemos sobre o Calma, chegamos até a capela de Sta Luzia, em frente ao cemitério da cidade. O interior da capela é, ainda, o único lugar em que a pintura deste artista está preservada, pois as demais obras foram gastando com as chuvas e o tempo, por serem em ambientes externos. O sr que abriu a capela para nós disse que também algumas lápides do cemitério foram decoradas, a pedido da população e que Stephen prometeu voltar, para fazer mais obras em Lençóis. Interessante.


Jantamos bem e tomamos um vinho produzido na região. O destaque gastronômico da noite foram as sobremesas maravilhosas e bem servidas da singela e acolhedora confeitaria Pavê e Pa Comê: doces de chocolate com sorvetes, pavês de cremes etc, tudo muito bom. Estava terminando nossa semana de viagem, então, nesta noite arrumamos as malas para retornar a Porto Alegre no dia seguinte.

Dia 24 de julho 2013, quarta-feira
Após o café da manhã carregamos os carros, abastecemos de combustível na saída de Lençóis e pegamos a mesma estrada de Ipirá, por onde havíamos chegado na Chapada Diamantina. Fizemos uma paradinha estratégica, mais uma vez,  no posto Sta Helena para levar um lanchinho para a viagem. Entregamos os carros na Localiza junto ao aeroporto, em Salvador, esperamos várias horas, entre um acarajé, uma cervejinha, um capuccino e uma boa conversa sobre as férias que tivemos. Tivemos que fazer escala no RJ, aeroporto do Galeão e, não sei exatamente se foi apenas pela visita do papa Francisco, mas alguns aeroportos, como o  Santos Dumont, estavam fechados, o que acabou tumultuando e atrasando quase todos os voos. Na madrugada fria da quinta-feira estávamos em Porto Alegre, onde a Adriana Neves nos esperava - que facilidade! Com certeza a Chapada oferece muuuitas e diferentes atrações, mas saímos com várias boas lembranças e experiências destes 7 dias num dos maiores destinos do ecoturismo do Brasil.

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