sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Death Valley e Las Vegas

Dia 30/01, sexta-feira
O Ricardo colheu grapefruits no camping, mas o amargo da fruta não agradou muito, à noite ele fez um suco, com as frutas, que ficou bem bom. Dirigimos pela Hwy 58, a 395 e depois a 190, em direção ao Death Valley National Park e paramos num Walmart para comprar comidas, etc. Neste trajeto, aos poucos deixamos para trás as plantações de cítricos, fazendas, muitos cata-ventos de energia eólica e passamos a apreciar a vegetação desértica. Paramos eventualmente para registrar as montanhas e planícies em tons de marrom, preto e bege. A temperatura baixou durante a viagem. Às 15h30 ingressamos no Death Valley Nacional Park. Um chuvisqueiro nos acompanhou parte da tarde e noite. Paramos na localidade de Stovepipe Wells, que parece uma vila de filme de faroeste, com saloon, loja, hotel, estacionamento para RV e camping, nada mais. A imensidão do deserto ficava muito evidente neste ponto, bem no meio de uma enorme planície seca, com pouca vegetação rasteira e, ao longe, emoldurada por montanhas, também com pouca vegetação. Perto da vila umas dunas de areia amarelinha chamam a atenção pela cor diferente na paisagem. Os fotógrafos do grupo foram até lá captar umas imagens, mas a falta de sol não ajudou. Motoqueiros bem típicos com suas Harley Davidson paravam para descansar em Stovepipe Wells. Logo estava escuro, jantamos uma massa com cenoura e brócolis preparada pelo Ricardo e depois seguimos até o saloon para tomar umas cervejas e comer sobremesa. No local estão expostos pôsteres de filmes de bang bang que foram feitos na região, também há uma velha carroça de madeira, elementos do passado local. O recorde de temperatura dos EUA (57*C) foi registrado aqui! Na TV estavam noticiando a luta de amanhã entre Anderson Silva e um tal Diaz, em Vegas. Seria o retorno do brasileiro aos ringues depois da luta da perna quebrada. Chuviscou durante a madrugada - interessante, pegamos chuva somente no deserto!


Dia 31/01, sábado
Pagamos U$ 20,00 para "ingresso" do carro na região para explorar o Death Valley. Esta é uma taxa que ninguém cobra, apenas está anunciada nos murais de alguns lugares e no jornalzinho do parque e tem máquinas em alguns pontos para efetuar o pagamento. Cabe a cada um, espontaneamente, pagar. Acordamos mais cedo para tomar banho no banheiro do camping (não pagamos nada por este camping, pois não conseguimos vaga com conexão de esgoto e água), apesar de estarmos no estacionamento free, pudemos descarregar os esgotos pela manhã e abastecer com água. Andamos um pouco até chegarmos ao local denominado Mosaics Canyon, um impressionante canyon de rochas sedimentares, coloração e siluetas variadas. Caminhamos pela parte inicial do canyon, mais estreito, até um local mais alargado, fotografando e apreciando as formas esculpidas pelo tempo nas rochas. Um dos pontos de maior interesse foi a parada, junto à estrada, no Zabriskie Point, ou melhor, um pouco adiante dele porque o acesso estava em reformas. Caminhamos sobre uns morros de argila amarela e tivemos uma vista muito linda da geografia do deserto e os caminhos escavados pela água do degelo entre as colinas com pedrinhas verdes, rosas, pretas, brancas e amarelas. Na estrada estava indicado que passamos por depressões abaixo do nível do mar. Paramos em um local chamado Badwater que marca a maior depressão da América, 80 m abaixo do nível do mar. Vários turistas caminhavam pela planície de solo salgado e liam as placas explicativas, que também informavam sobre outras depressões, na América e outros continentes. Agora, era rumo a Vegas. A estrada continuou muito cênica, cheia de montanhas coloridas com eventuais picos nevados e deserto, poucas cidadezinhas pelo caminho. Saímos, pela primeira vez, da Califórnia e entramos no estado de Nevada. A visão de Las Vegas à noite (17h40), da estrada, é interessante - uma grande cidade no meio do deserto. Conseguimos facilmente vaga (uma das 950 !!!!!) no Oasis RV Resort, muito organizado, ótima estrutura, banheiros ótimos. Ligamos para a bilheteria do MGM Grant e confirmamos haver ingressos para o show KA, do Cirque du Soleil, indicado pela Vanessa. Nos arrumamos rapidamente com nossas melhores (ou mais limpas) roupas, o que, no caso, não significava muita coisa. Para dar uma folga ao motorista e evitar problemas com estacionamento, chamamos 2 táxis, que custaram U$ 20,00 cada, fora a gorjeta. Sim, a gorjeta é quase obrigatória nos EUA, todos já contam com isso e, inclusive, há sugestão de percentuais, no caso de restaurante, de 15 a 20%; para taxista, 20%. Quando pedimos para ir ao MGM Grant, o taxista exclamou "Oh, boy!" e comentou que estaria um grande movimento em função da luta do Anderson Silva. Nem imaginávamos que seria no mesmo local!!!!!! O MGM é um grande cassino, hotel com enormes espaços para shows, lojas e área de alimentação. O enorme saguão da entrada exibia muitos luminosos com propaganda do KA, do show do mágico David Copperfield (sim, ele ainda vive e é mágico mesmo: não envelhece, pelo menos nas fotos, kkkk) e, é claro, da maior atração da noite no local, a luta Silva X Diaz. Já depois do saguão começavam os caça níqueis e a fauna humana que circula nos cassinos. Compramos os oito ingressos, pelo preço de U$ 87,00 cada um, nas últimas fileiras. Jantamos duas pizzas grandes e depois entramos no incrível teatro. Havia saídas de som individuais no encosto de cada poltrona para o sons de fundo do show. Tudo é uma superprodução i-na-cre-di-tá-vel. Somente os palcos, que giram, sobem, descem, ficam na perpendicular, enchem e esvaziam de areia, projetam varas para acrobacias, etc, etc já fazem um espetáculo. Valeu muito a pena. Na saída olhamos algumas pessoas jogando poker, roleta, blackjack, vimos gente de todo o tipo, tamanho, roupa, corte de cabelo, é indescritível. Mistura de glamour com acompanhantes de ocasião, com gente de bermuda e chinelo, com fanáticos jogadores obesos e até alguns recebendo massagem nas costas, de massagistas profissionais, enquanto jogavam sentados. Na saída, uma fila enorme para pegar táxi limousine, deve ser a maior concentração de limousines dos EUA, talvez do planeta. Dormimos tarde e comentando, impressionados, sobre o lindíssimo espetáculo, as acrobacias incríveis, o cenário tecnológico e também o ambiente do cassino.


Dia 01/02, domingo
Programa do dia: conhecer a estação de esqui do Mount Charleston, a umas 37 milhas de distância de Vegas. Nos preparamos com roupas e botinas quentinhas e casacões. Após parte da estrada no deserto, começamos a subir a montanha, que pouco a pouco mostrava alguma neve acumulada sobre as rochas e pinheiros. Os chalés na encosta dos morros eram muito bonitinhos e também tinham neve no telhado. Como na estação de esqui propriamente não se pode brincar na neve, ficamos um pouco abaixo, num local organizado para piqueniques e camping, no bosque, em que muitas famílias estavam estacionadas e escorregavam na neve com trenós, boias, pedaços de plástico. Foi muito legal. Havia bastante neve acumulada, fizemos a tradicional guerras de bolas, um grande boneco enfeitado com touca, nariz de cenoura, olhos de uvas e gravetos para braços e boca. Também escorregamos sobre um grande saco plástico e foi muito divertido. Compramos lenha e usamos uma churrasqueira de metal para grelhar uns bifes que tínhamos na geladeira (outra vantagem de passear com a casa), cozinhamos arroz com ervilhas e com mais uma saladinha de folhas e cenourinhas: estava pronto nosso almojanta. Para coroar a ocasião, a lua, quase cheia, surgiu atrás das montanhas nevadas antes de irmos embora. Descemos a montanha voltando a Vegas para achar um local para assistir um dos eventos mais esperados do país e que interessava muito aos guris - o Super Bowl. Pois é, muitos eventos esportivos importantes neste final de semana. A propósito, o Anderson Silva venceu ontem e não conseguimos assistir ao Super Bowl porque não nos demos conta do fuso horário diferente do local onde seria o jogo, no Arizona e, mais ainda, da capital do país, que era o que estava sendo anunciado. Andamos pelo centro de Vegas, naquela explosão de luzes piscantes, barulhos, gente gritando, bêbada (com camiseta dos Seahowks ou dos Patriots, esses últimos os grandes vencedores do Super Bowl), buzinas, muita informação para os sentidos. Assistimos ao show das águas em frente ao Hotel Cassino Belaggio e achamos razoável - os de Lima são muito melhores. Também entramos no Belaggio para ver a decoração interna, que no saguão e na maioria dos corredores é muito linda, tapetes e lustres chiques, mas em alguns lugares chega a ser de um luxo brega. Seguindo pelas passarelas sobre as avenidas, entramos no Cassino Flamingo para tomar uns refrigerantes e voltamos para o RV, que estava estacionado bem ao lado da enorme roda gigante de Vegas. Nesta noite ainda aproveitamos a estrutura do nosso RV Resort para lavar e secar roupas.

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