segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Pucón

Dia 03 (15/01/2012) - Pucón
Ficamos numa cabana para 8 na pousada. O lugar é muito agradável, com vista para o vulcão e a uns 15 km da cidade. Tem piscina, fria obviamente, mas encarada pelos menores de idade que já passaram os menores de tamanho que são maiores de idade. A cabana propriamente tava bem sujinha e com uma mobília velha e detonada. Mas tinha cozinha para fazermos o café da manhã e banho quente quando não entupia o aquecedor. E era muito barata 50.000 pesos chilenos (R$200,00) a cabana pros 8.



Fomos na manhã visitar os túneis de lava. É um lugar privado, pertinho do vulcão e muito interessante. Depois de um passeio por uma trilha no meio do bosque, assistimos a uma apresentação do guia sobre a formação geológica do lugar e dos vulcões em geral. Os túneis são locais por onde o vulcão já erupcionou e deixou estas cavernas por onde se pode andar. Andamos uns 400 metros montanha adentro, numa trilha iluminada em espaçoes ora largos, ora estreitos. O túnel ainda continua por uns 2 km, mas daí, só rastejando. O único animal que habita as cavernas é um grilo e, por dentro, só tem lava petrificada, às vezes com uma cor e aparência de chocolate derretido, adquirida pelos minerais que absorveu.

Ficamos sabendo que a maioria das mortes em erupções vulcânicas se dá pela inundação causada pelo derretimento brusco das geleiras que estão mais perto das crateras e invade as cidades arrastando junto tudo que tem pelo caminho. Em alguns casos, bem mais raros, forma-se uma nuvem de gases tóxicos e calor que vai se arrastando pela superfície e matando tudo.

Saindo dos túneis, passamos na cidade para comprar coisas para o lanche do dia e fomos para o parque Huerquehue. Num dado momento saímos do asfalto e fomos lomba acima, mas como chegamos lá pelas 16h, já era tarde para entrar e as melhores trilhas que duravam em torno de 5 horas de caminhada não poderiam mais ser feitas, fomos aconselhados pelo guarda-parque a não gastarmos nosso dinheiro com os ingressos. Então, voltando, a uns 5km dali paramos num camping na beira do lago Caburga, também com nevados ao fundo, para comer nosso lanche de sanduíche e frutas. A senhora dona do camping também vendia küchen, ou cuca pra nós brasileiros. Küchen de framboesa, que beleza. Banho no lago gelado para os mesmos. Ótima parada. O seu Piñera, presidente do Chile, veraneia no lago aqui ao lado: o Caburgua. 


Ainda passamos nos Ojos del Caburgua que é onde aflora o rio subterrâneo que dá origem ao lago. A água é transparente, uma clarividência absurda.

Bueno, fomos para a cidade contratar a escalada do vulcão Villarica, mas fomos informados que o Gabriel (13) e o Artur (12) não poderiam ir porque tinham menos de 14 anos. Os mais entusiasmados com a subida estavam fora. Foi um desânimo geral. A moça então ficou de falar com o guia responsável pra ver o que podia fazer.

Demos uma banda pela cidade, jantamos e voltamos. Acho que por sermos 8, fizeram uma exceção, mas teríamos que ficar um dia a mais que o previsto em Pucón, pois só havia vagas para a saída da terça-feira. Bom, melhor assim do que perder a subida.


Dia 04 (16/01/2012) - Pucón e Villarica

Este foi um dia que não planejávamos ficar por estas bandas, mas como tínhamos que esperar o dia seguinte para subir o vulcão, tentamos aproveitar. Segundo recomendações da agência, não deveríamos fazer muitos exercícios para guardar energia para o dia seguinte. Tem um rafting, que parece bem legal, no rio Trancura, mas como os menores de 14 não podiam ir, desistimos.

Mais um café com os ovos mexidos do Cascata e fomos passear na cidade. O museu Mapuche estava fechado. Demos uma volta pelas praias, pela península com as casas dos mais endinheirados, que é para onde as pessoas devem correr no caso de erupção do vulcão. Terminamos na praça vendo artesanias e andando e fazendo corrida naqueles carrinhos-bicicleta com 6 lugares, que eram alugados por tempo na praça.













 Fomos à cidade de Villarica, que é maior que Pucón e fica logo ao lado. Tem uma costaneira na beira do lago, bonita e com pessoas tomando banho. Mas é uma cidade normal, isto é, que não vive só do turismo. Ali comemos uma pizza com nosso primeiro salmão defumado. Pucón é completamente turística, preparada para isto, com muita agências de passeio e aventura, muitos restaurantes e artesanias. Todos os parques e locais de aventura que fomos tinham uma estrutura bem boa.

Nossa agência , a Politur, foi muito bem recomendada para a escalada. Todas as pessoas falavam muito mal da agência Trancura, que é a maior de todas e com um preço mais acessível, mas que seria muito irresponsável. 


Aqui se come muita coisa com farinha de trigo tostada, incluindo melancia. Alguém não-chileno já se imaginou comendo melancia com farinha? Comemos a melancia, que estava ótima, mas declinamos da farinha. Vai que esse negócio empedra na barriga! Quando a gente era criança, não podia nem chupar bala de melancia sem ter que descansar depois. E agora, melancia com farinha! Melhor deixar a vó sem se virar no caixão.

Ontem teve uma prova de iron-man, onde trancaram toda a cidade e também um triatlo onde morreu um argentino. Será que ele não comeu melancia com farinha?

Fomos ao super comprar os lanches para a subida ao vulcão, jantamos muito bem e terminamos a noite na Politur, experimentando as roupas e botas para o dia seguinte. Toda a vestimenta está incluída no pacote: roupas, botas, mochilas, óculos e acessórios.

O que se vende por todo lugar, é o tal de mote com huesillos. Faça um caramelo, adicione água e coloque os huesillos (pêssego desidratado e com o caroço) para cozinhar. Depois acrescente o mote (tipo especial de trigo daqui) e deixe cozinhar. Depois de pronto, sirva bem gelado. Muito bom.

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