sábado, 24 de janeiro de 2015

San Francisco

Dia 24/01, sábado
Acordamos com o vento da beira mar e um friozinho e decidimos voltar um pouco na estrada, em direção sul, para ver as famosas ondas gigantes de Mavericks. O dia estava lindo e ensolarado. Quando chegamos na bonitinha localidade de Half Moon Bay, onde fica a praia dos corajosos surfistas, o primeiro desafio foi achar lugar para estacionar nossa casa! Depois que achamos um espaço, caminhamos pelas estradinhas até chegar aos molhes da localidade e avistamos muita gente ao longe, na praia, caminhando na encosta de um morro, crianças brincando, cachorros, famílias e vários turistas tentando ver as façanhas dos surfistas. Foi um tanto decepcionante, pois, mesmo de cima deste morro enorme era muito difícil de avistar as ondas gigantes e os surfistas eram como formigas, ao longe, no mar. É que as ondas se formam bem longe da praia e perto de uns rochedos que existem no mar; além de distante, os barcos que ficam por perto dos surfistas, como apoio, dificultam a visão. Bem, seguimos, então, para o centro de San Francisco, onde, mais uma vez, tivemos muita dificuldade para estacionar o RV. Achamos estacionamento nos enormes galpões do porto e pagamos muito caro para deixar nosso carro-casa. Caminhamos pela região mais turística, o Fisherman's Wharf, que cheira a frutos do mar em função dos diversos quiosques junto à calçada que apresentam enormes caranguejos, lagostas, peixes, muitos deles vivos, que são preparados na hora, às vistas dos clientes para degustação.  Comemos lanches no píer 43, o prato mais famoso da região é o clam chowder, um caldo grosso de frutos do mar, em geral um tipo de mariscos, com creme de leite, que o Ricardo comeu e gostou (novidade!). A região é muito badalada e a diversidade de turistas, línguas, vestimentas, cores e cortes de cabelo era grande. Uma metrópole multicultural. Ali perto conhecemos a Hyde street, aquela famosa rua muito inclinada, que aparece nas fotos com os tradicionais bondes elétricos. Subindo e descendo ladeiras, conhecemos também o ziguezagueada trecho da Lombard street, outro cartão postal da cidade, onde era quase impossível tirar alguma foto tranquilamente, tamanha a quantidade de gente passando, excursões de orientais, todos empunhando suas câmeras, a maioria com seus "paus de selfie". Já havia escurecido quando tomamos um café no Starbucks e comemos um lanchinho, antes de pegar nosso RV e retornar para o camping.


Dia 25/01, domingo
Depois do nosso farto café da manhã de preparação para a pedalada pela famosa ponte de San Francisco, saímos em direção à cidade. Como não queríamos voltar no estacionamento do dia anterior, pois saímos sem chamar o moço que queria nos cobrar mais, levamos um bom tempo para estacionar. Segundo o Cascata, a intenção era fazer um city tour mesmo. Sei! A verdade é que definitivamente, um elefante não tem espaço previsto no centro de uma metrópole. Fomos até a maior loja de aluguel de bicicletas da região. Saímos de lá pela rota indicada, contornando a baía. Fizemos umas três paradas para fotografias, na região de Marina Green e Fort Mason, antes de chegar na Golden Gate Bridge. Havia grupos fazendo piquenique nos gramados, muita gente de bicicleta, pessoas passeando com seus cachorros. Como o dia estava lindo e era domingo, o movimento era grande, alegre, mas tranquilo. Na baía, inúmeros veleiros branquinhos e muito kite surf. Mesmo após duas subidas todos estavam bem para fazer a travessia. Fomos pelo lado exclusivo para ciclistas, que estava bem movimentado, muita gente em ritmo de passeio, mas também muitos bastante equipados e em alta velocidade. A vista de ambos os lados da baía e também da própria ponte é muito bonita. O vento dificultava as pedaladas e, apesar do sol, muitas vezes ficava bem friozinho. Ao chegar do outro lado há uma descida longa e íngreme, que alguns fizeram quase sem usar freios, muito emocionante. Depois, uma parada em um píer para apreciar o lindo mar azul, a cidade de SF e a ponte e... mais uma subidinha. Tiramos mais umas fotos no caminho e, já na charmosa cidadezinha de Sausalito, fomos procurar um lugar para comer. Sausalito é uma localidade que parece ter saído de um mundo virtual onde tudo é bonitinho, arrumado, com restaurantes construídos em enormes pilares e estruturas de madeira sobre o mar. A região é muito turística e chique, então a maioria dos estabelecimentos eram caros e/ou muito cheios. Comemos uns hambúrgueres feitos na hora, muito bons. Já estava na hora de voltar e a maioria quis pegar o ferry, porém o Gabriel, o Artur e o Ricardo ainda estavam a fim de pedalar mais e decidiram fazer toda a travessia de bicicleta pela ponte novamente. É interessante ver como organizam as bicicletas dentro do ferry, cada ciclista entra com sua bici e é orientado a colocá-la bem encostadinha com outra e assim por diante. Estimamos em quase 150 bicicletas desta vez. O ferry não é rápido e somando a função das bicicletas na entrada e na saída, levou uns 45 minutos. Na esquina da loja das bicis em SF encontramos os três desgarrados, esses sim foram rápidos e ainda não estavam prontos para terminar o passeio ciclístico. Enquanto os cinco devolviam as bicicletas e iam tomar um cafezinho, o Gabriel, o Artur e o Ricardo desceram a Lombard St de bici. Na volta, descendo a Hyde St, uma das mais famosas e íngremes das ruas de SF, o pneu da bicicleta do Artur entrou na canaleta do trilho do bonde e ele teve de se jogar para o lado. O esfolado na lateral da perna e do pé foi feio, mas pelo menos não quebrou os dentes. Nos encontramos e retornamos ao estacionamento onde estava a nossa "casinha". Dirigimos até um supermercado, já que no dia seguinte deixaríamos a cidade de São Francisco, e voltamos ao RV Resort para jantar e nos recolher. Uma das vantagens de se estar em RV é trazer as compras direto para casa e guardá-las ainda antes de sair do estacionamento do super.


Dia 26/01, segunda-feira
Acordamos comemorando o aniversário da Débora com um belo café da manhã e rolinhos de canela glaceados com velinhas de "Happy Birthday". Como todas as manhãs ou durante as viagens no RV, saiu um chimarrãozinho, já que levamos cuia, bomba e erva. Deixamos o RV Resort e seguimos para o Golden Gate Park, onde facilmente estacionamos e, após cruzar lindos gramados com campos de beisebol, jardins floridos e um bosque com altas árvores, avistamos o prédio futurista do California Academy of Science / CAC. Caminhamos um pouco entre os chafarizes que dividem este  prédio do moderno De Young, onde havia uma exposição do Keith Haring (este a família Heineck Neves já tinha visto em SP). Decidimos passar o dia visitando as exposições do California Academy of Science, e inicialmente vimos o fantástico planetário, cuja tela de projeção é uma enorme abóboda e os filmes projetados são incrivelmente bem feitos: causam impacto pela qualidade e vale muito a pena!  Uma curiosidade é que permitem a entrada de cachorros em todos os ambientes: restaurantes, lojas e até neste planetário. Cada vez mais, como também no Brasil, alguns cachorros são cuidados como bebês. Seguimos visitando uma exposição sobre terremotos que destacavam os ocorridos na Califórnia. Há uma sala de simulação de terremoto parecida com o museu da PUCRS, um pouco mais elaborada. Lanchamos no próprio museu e ainda visitamos o ótimo aquário - cuja maior atração é um crocodilo albino - e a enorme esfera de acrílico de 3 andares que simula o ambiente de florestas tropicais e expõe vários elementos da vida animal e vegetal destes ecossistemas. A CAC foi um programa muito bom, embora caro (U$ 35 por adulto e U$ 30 para menores/estudantes). Saímos à tardinha e tivemos dificuldade em manobrar o RV pelo centro de SF procurando estacionamento para a janta de comemoração do aniversário da Dé. Acabamos comendo em um restaurante italiano junto ao cais, que estava incrivelmente vazio neste horário (19h). Esta foi a única noite que dormimos fora de campings organizados, e foi por um bom motivo: estacionamos na saída da Golden Gate, num mirante chamado Vista Point. O local é especial para avistar a ponte e a cidade de San Francisco. Dois guaxinins apareciam eventualmente e subiam nas lixeiras revirando as embalagens deixadas por turistas. De vez em quando estacionava algum carro, mas logo iam embora, apenas nós e um furgão passamos a noite. Aproveitamos o banheiro do local, bem limpo como em geral em todos os locais que paramos, públicos ou privados.



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