segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

San Blás

11 de fevereiro de 2013, segunda-feira


Mais uma vez acordamos muito cedo e embarcamos em um carro que estava contratado para nos levar até o território dos índios Kuna Yala. Depois de três horas e meia de viagem, cruzando o país de oeste a leste em um carro prá lá de desconfortável, chegamos ao oceano Atlântico, no cais de acesso ao arquipélago San Blás. No local, junto à saída dos barcos, havia muitos carros estacionados, todos 4X4, a maioria deixados por turistas que estavam passando dias em alguma das 365 ilhas. O movimento de grupos embarcando para uns dias de carnaval era grande. A nação Kuna Yala é conhecida pela sua força política e organização. Em certo ponto do caminho há um posto de controle de acesso, onde os índios fazem cobrança de ingresso ao território. A bandeira do povo, com uma suástica desenhada (símbolo que representa o homem como centro e é anterior à utilização pelos nazistas), tremula neste posto de controle e em todos os barcos e lanchas que levam às ilhas. Algumas mulheres em suas tradicionais roupas bordadas em tecidos e fios muito coloridos vendiam seus trabalhos manuais em panos, as famosas "molas", que também são encontradas em locais turísticos da capital. Para chegar até a ilha que havíamos escolhido levamos mais uma hora e meia em uma lancha picando nas ondas. Tem ilha para todos os gostos, mais ou menos perto do continente, com mais ou menos infra, muita gente e certa badalação até outras bem pequenas, com acomodação para poucas pessoas. Nossa ilha era afastada do continente e pequena.




Ao chegarmos, deixamos nossas pequenas mochilas, que era tudo o que havíamos trazido, na cabana de bambus e teto de palha com camas para nós quatro. Fomos direto aproveitar as praias paradisíacas da pequena ilha, que era gerenciada por duas famílias da nação kuna. Caminhando, circulamos toda a ilha em praticamente 1 hora. As refeições não eram muito boas, o banho de chuveiro em banheiro coletivo, fora das cabanas, também não, mas tudo foi recompensado pelas paisagens lindíssimas, areias branquinhas, coqueiros, marzão azulzinho, crianças indígenas brincando e pescando junto aos coqueirais.

Para o almoço, um índio apenas teve de pegar algumas lagostas e caranguejos na piscina que ficava embaixo da casa/palafita, construída sobre uma ponta do mar e onde havia inúmeros crustáceos vivos. Após encher um carrinho de mão com os animais coletados, o indígena saiu do "tanque" e levou tudo para a cozinha. À tarde, a Luísa, o Artur e o Ricardo foram de barco até outra ilha para mergulhar com snorkels. Não se via muitos peixes perto da praia, mas havia diversas estrelas do mar vermelhas e alaranjadas. Curtimos o entardecer na praia, junto à nossa cabana e à noite o céu incrivelmente estrelado. Depois de jantar na cabana das refeições coletivas, onde em duas grandes mesas os turistas eram servidos, nos organizamos e fomos dormir. A brisa agradável que passava pelas largas frestas dos bambus das paredes da pequena cabana indígena, foi uma maravilha. E assim, a Débora elegeu essa, a melhor noite de sono da viagem.






12 de fevereiro de 2013, terça-feira


Mais uma manhã curtindo a praia e caminhando na aldeia e, depois, volta ao continente de lanchinha, novamente picando nas ondas. O rapaz da empresa que nos trouxe e deveria nos buscar para levar de volta à cidade do Panamá, não apareceu na hora combinada e fomos ficando junto ao cais, naquela bagunça organizada de caminhonetas e barcos chegando e saindo. Havia uma casinha que centralizava informações, tudo gerenciado pelos kuna, onde o Ricardo foi se informar e negociar uma volta com outras pessoas. Não entendemos exatamente o porquê de o nosso transporte não ter vindo, mas os índios fizeram algumas ligações e resolveram a situação nos colocando em uma caminhonete beeem melhor do que a da vinda, de propriedade de um kuna que foi nos contando muitas histórias. Isto foi bem interessante. Por nosso pedido fomos deixados em um shopping, e, depois de fazer algumas compras, seguimos ao aeroporto, onde pegamos nossa bagagem que havia ficado no depósito e embarcamos de volta ao Brasil. Foram apenas três dias neste país, mas vimos coisas interessantes e o arquipélago realmente valeu a viagem.


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