quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Quilotoa Loop

Dia 29 de janeiro, quarta
Depois de arrumar as malas e tomar café, voltamos à panamericana rumo ao norte, com o objetivo de conhecer as redondezas do vulcão Quilotoa, em um circuito conhecido como Quilotoa Looping. Para fazer este roteiro, saímos da estrada principal e pegamos outras vias pouco movimentadas que passam por vários pequenos povoados, sempre em asfalto. Subimos novamente até os 4.000 metros, e em todo trajeto visualizamos pequenas propriedades com plantações variadas, que subiam até quase o topo das montanhas. A paisagem é muito verde, eventualmente alguns rebanhos de ovelhas e algumas lhamas com pastores em roupas coloridas passavam por nós. No povoado de Tigua, onde nos hospedamos, vimos o artesanato local, que é composto por bandejas, quadros e máscaras, todos de madeira, pintados com muitas cores. Resolvemos passear pela região e fomos até as proximidades do lago Quilotoa. Mas como chovia bastante e havia neblina deixamos para conhecer melhor no dia seguinte. A temperatura mudou drasticamente, durante a tarde. Até o meio dia estávamos de manga curta e por volta das 15h tivemos que pegar os casacos. Lanchamos na localidade de Zumbahua e logo depois voltamos para nossa pousada fazenda em Tingua. A pousada tem janta e café da manhã incluídos no preço da diária, é um casarão bastante antigo sede de uma fazenda de produção de leite. O fogão à lenha funciona durante todo o dia. Os camponeses da região são bem sorridentes e receptivos. Ao retornarmos para o hotel fazenda, conhecemos outros hóspedes, de Buenos Aires, que já estavam na pousada há dois dias. Diego, Victoria, e seus filhos Lucía e Nicolás foram ótima companhia na pousada. Conhecemos os animais da fazenda, que incluíam algumas lhamas, burricos peludos e um enorme cão são bernardo, Benjamin. A dona da fazenda, senhora Margarida, e Felipe, seu filho mais novo, recebem os hóspedes e contam histórias sobre a fazenda e os indígenas da região, ao lado do fogão. A propriedade, que já foi muito maior, teve terras desapropriadas para a reforma agrária. Felipe é formado em hotelaria e um ótimo chef de cozinha. Para entrada da janta nos ofereceu uma bebida parecida com quentão, chamada canelasso feito com suco de maracujá, rapadura e canela (muito boa).


Dia 30 de janeiro, quinta
No café da manhã provamos leite, queijo, iogurte e doce de leite produzidos na fazenda. Despedimo-nos dos argentinos, oferecendo a nossa casa para ficarem durante a Copa do Mundo. Seguimos viagem para conhecer o vulcão Quilotoa, onde se chega pela parte de cima e desce até a enorme lagoa de águas esverdeadas, formada na cratera. A descida é bastante longa, e a subida muito desgastaste, alguns sobem a cavalo (U$8). O tempo felizmente ajudou, apesar de nublado houve alguns momentos de sol para colaborar com as fotos. O Ricardo, Luísa e o Artur alugaram caiaques e remaram solitários pela imensidão silenciosa da lagoa. Puderam ver bolhas na água, saindo diretamente de dentro do vulcão. Após muito tempo de subida e inúmeras paradas para pegar fôlego, afinal estávamos a 4.000 metros de altitude, chegamos novamente ao topo no momento em que a neblina já cobria toda a região. Continuamos de carro pela rota que chamam de Quilotoa Loop, um percurso pela região que leva novamente à rodovia panamericana, passando por vilarejos em penhascos, uma estrada muito linda, verde, com montanhas que pareciam um tapete em patchwork de vários tons de verde devido às diversas culturas que chegam a ocupar quase até o topo. Compramos empanadas de milho e queijo em uma pequena cidade do caminho. Chegamos no Parque Nacional Cotopaxi pelas 17h, estava chovendo e nublado. Nosso objetivo era ir até a Hostería Tambopaxi, que fica dentro do parque, assim, nos facilitaria a visita no dia seguinte. Infelizmente não permitiram nossa entrada por não termos reserva antecipada (havíamos tentado ligar pela manhã, mas não atenderem, talvez o telefone que consta nos guias não fosse atual). Saímos, então à procura de outro hotel na região e depois de 2 horas rodando pela panamericana e a cidade de Lasso, conseguimos uma boa Hosteria, chamada La Posada del Rey, onde também jantamos. Este trecho da panamericana foi inaugurado há 4 ou 5 meses, então as indicações do GPS estavam totalmente desatualizadas, assim como boa parte das placas do caminho. As obras que continuam na redondeza atrapalharam um pouco também. Dormimos cedo já que na noite anterior ninguém havia conseguido dormir muito e também porque o dia de hoje foi puxado!

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